Cardiologia

Hoje em dia os animais de companhia fazem parte da família e muitas vezes são mesmo a única família para muitas pessoas.

O coração é um órgão vital também para os nossos animais, e como tal necessita de atenção e de cuidados redobrados, pelos Médicos Veterinários e pelos próprios proprietários dos animais. Infelizmente a maioria das patologias cardíacas não tem cura definitiva, pelo que é de extrema importância o seu diagnóstico precoce, para a aplicação da medicação mais apropriada e assim melhorar o bem-estar e aumentar a esperança de vida do seu animal de companhia.

O Serviço de Cardiologia do GHVS – Hospital Veterinário é responsável pela informação, diagnóstico precoce, monitorização e tratamento das diversas patologias cardíacas nos animais de companhia.

Tem por objetivo detetar em animais jovens possíveis patologias cardíacas congénitas, acompanhar o seu animal em consultas de controlo cardíacas, detetar patologias cardíacas na sua fase inicial, fazer check-up cardíacos em animais de idade avançada, e assegurar uma assistência rápida e eficaz em caso de urgência num doente cardíaco.

Para isso, para além duma equipa médico veterinária preparada, temos ao dispor do seu animal um conjunto de exames complementares de diagnóstico:

• Radiografia digital (permite uma melhor definição e ampliação de imagem);
• Monitorização cardíaca 24 horas – Holter;
• Medição da pressão arterial com Doppler e Oscilometria;
• Ecocardiografia;
• ECG.

A sua ajuda é muito importante! Saiba distinguir os sintomas mais característicos de doença cardíaca:

• Falta de apetite, fraqueza, desmaios, tosse/engasgos, dificuldade respiratória, intolerância ao exercício e distensão abdominal.
• O tipo de alimentação e o excesso de peso e a prática de exercício na saúde cardíaca do seu animal é de extrema importância.
• Trabalhamos para prolongar e melhorar a qualidade de vida do seu animal de estimação.
• Saiba como, trazendo-o ao GHVS-Hospital Veterinário para uma consulta de rotina ou check-up.

Quilotórax

Etiologia

O quilo tórax caracteriza-se pela acumulação de quilo dentro da cavidade torácica. O quilo corresponde a um líquido rico em triglicéridos, com origem no ducto torácico, que atravessa os vasos linfáticos intestinais e termina no sistema venoso torácico anterior.

Causas

O quilo tórax pode classificar-se em quatro tipos, consoante a causa: congénito, em que os animais desenvolvem tardiamente na vida; traumático, devido a procedimentos cirúrgicos (toracotomia) ou não cirúrgicos (atropelamento); não traumático, devido a neoplasia (linfoma mediastínico em gatos), doença cardíaca (cardiomiopatia, doença pericárdica), diro filariose, outras causas de insuficiência cardíaca direita, torção de lobo pulmonar, hérnia diafragmática, infagiectasia sistémica; idiopático, sem causa subjacente.

Aspetos clínicos

Pode ocorrer em cães e gatos de qualquer idade, existindo predisposição rácica em Afghan Hounds e Shiba Inus. Sintomas: dispneia, frequentemente aguda, mas pode apresentar-se discreta durante cerca de um mês; sintomas mais inespecíficos, mas comuns incluem letargia, anorexia, perda de peso, intolerância ao exercício e tosse.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de radiografias torácicas que evidenciam derrame pleural, e identificação do quilo por avaliação citológica e bioquímica do líquido pleural recolhido por toracocentese. No hemograma pode estar presente linfopenia e hipoproteinémia. Após diagnóstico, podem ser realizados exames complementares de forma a determinar a causa do quilo tórax, tais como radiografia torácica após toracocentese, ecografia torácica, ecocardiografia, exame de microfilárias e teste de anticorpos e antigénios para dira filariose, linfangiografia.

Tratamento

Toracocentese e fluido terapia apropriada de forma a estabilizar o paciente. O tratamento seguinte dependerá da causa subjacente, a qual deve ser tratada diretamente.

Médico: toracocentese intermitente e dieta pobre em gorduras, associando a administração de rutina (benzopireno, utilizada em medicina humana para o tratamento de linfedema).

Cirúrgico: considerado caso não haja melhoria dos sinais clínicos após dois a três meses de tratamento médico ou sintomas intoleráveis; consiste na ligadura do ducto torácico e pericardiectomia. Os ductos são identificados por linfangiografia antes da cirurgia e repetida após as ligaduras para avaliar o sucesso da cirurgia.

Prognóstico

Um estudo realizado por Fossum et al. (2004) indica uma taxa de sucesso de 100% em cães e 90% em gatos sujeitos a tratamento cirúrgico com ligadura do ducto torácico e pericardiectomia.