Displasia da Anca
Diagnóstico e tratamento da displasia da anca (D.A)
Consiste no desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral. Os animais com D.A. podem apresentar subluxação (separação completa ou parcial) ou luxação (separação completa) da cabeça do fémur do acetábulo. Surge com frequência em animais jovens, devido sobretudo, à laxidão do ligamento redondo, que liga a cabeça do fémur ao acetábulo.
Pode surgir em animais mais velhos devido a doença degenerativa moderada a severa (causada por uma incongruência entre a cabeça do fémur e o acetábulo, que provoca forças que atuam de uma forma anormal na articulação, interferindo no seu desenvolvimento, fazendo com que estas duas estruturas desenvolvam formas irregulares). Devido a esta sobrecarga, desenvolvem-se microfraturas e doença articular degenerativa.
O que provoca a displasia da anca?
Esta doença é multifactorial.
Base Genética:
É uma doença hereditária, o que significa que é transmitida de pais para filhos, mas não é congénita, o que significa que pais normais podem originar filhos com D.A. pois os pais podem ser portadores dos genes, embora não apresentem sintomas da doença.
Fatores ambientais:
O excesso de alimento em animais jovens, pode provocar um peso excessivo num animal que ainda não possui uma estrutura óssea compacta.
Exercício físico exagerado ou violento, aumenta a laxidão articular, levando a um desequilíbrio entre a massa muscular e o desenvolvimento esquelético, o que resulta numa incongruência articular. O exercício físico moderado permite o desenvolvimento muscular apropriado, a estabilidade articular, o que ajuda a prevenir a D.A.
Exercício:
Pode influenciar o aparecimento da D.A., pois exercícios violentos tendem a aumentar a laxitude da articulação. Recomenda-se exercício moderado durante a fase exponencial de crescimento.
Como se diagnostica
Depende de
Idade:
Deve de se fazer o diagnóstico a partir dos 4 meses de idade nas raças que estejam predispostas a apresentar D.A. (labrador retriver, golden retriver, rottweiler, boxer, granddanois, etc). As raças de cães menores podem também ser afetadas, sendo no entanto, mais raro e os sintomas menos evidentes e graves.
Sintomas:
O animal apresenta dores à locomoção, dificuldade em se levantar, recusa em saltar, correr ou subir escadas. A coxeira pode surgir mais evidente após o exercício. Quando um animal com D.A. corre parece dar saltos semelhantes a um “coelho”, pois desloca os dois membros posteriores simultaneamente. Em geral o animal furta-se à atividade física.
Ao exame físico o veterinário, observa se existe dor, laxidão da articulação coxofemoral, atrofia dos músculos da zona e diminuição da amplitude de movimentos da articulação afetada.
Raios X: Consiste no método de diagnóstico de D.A. por excelência. Para a realização desta radiografia, o animal deve de estar anestesiado, de forma a que se consiga colocá-lo numa posição em que os dois membros posteriores se encontrem distendidos e com os fémures paralelos. Com o RX nesta posição é possível medir o ângulo formado entre o centro da cabeça do fémur e o bordo cranial do acetábulo. Este ângulo designa-se como ângulo de Norberg-Olson. Segundo as normas de Federação Cinológica Internacional, existem vários graus de congruência entre as estruturas articulares, o que permite classificar a D.A. em vários graus.
Existe também o diagnóstico pelo método PennHip da Universidade da Pensilvânia de Medicina Veterinária. Este método permite o diagnóstico de animais predispostos a D.A. a partir das 16 semanas de idade. Este diagnóstico precoce possui as vantagens de se poder prevenir ou tratar atempadamente animais com D.A.
Tratamento
Pode-se optar pelo tratamento médico ou cirúrgico. A correção cirúrgica pode ser feita segundo várias técnicas, as quais têm ou não indicação de acordo com cada caso de D.A.
Cada caso é um caso!
Rastreio precoce da displasia da anca pelo método PennHip
1. Rastreio prematuro das articulações da anca do seu cão por um Veterinário, especialmente treinado e certificado para realizar a técnica “PennHIP”.
2. Benefícios da realização prematura da técnica “PennHIP”:
• Para criadores de cães – poder criar apenas aqueles com menor lassidez articular;
• Para os cães susceptíveis de desenvolverem DAC;
• O veterinário especialista na técnica “PennHIP” pode prescrever medidas paliativas.
O método “PennHIP” consiste num estudo radiológico da anca, capaz de estimar a susceptibilidade para o desenvolvimento de displasia da anca em cães tão novos quanto 16 semanas de idade. O método “PennHIP” mostrou ter várias vantagens quando comparada com outras técnicas radiológicas que são realizadas em animais com 2 ou mais anos de idade.
Radiografias
O método “PennHIP” inclui três radiografias distintas:
1. Raio X coxofemoral convencional;
2. Raio X coxofemoral sobre compressão;
3. Raio X coxofemoral sobre distração.
Displasia do Cotovelo
Diagnóstico e tratamento da displasia do cotovelo
A Displasia do Cotovelo, tal como o nome sugere, pode ser considerada uma doença do desenvolvimento da articulação do cotovelo, a qual é uma articulação complicada na medida em que é formada pela união de três ossos diferentes: o úmero, o rádio e o cúbito. Estas alterações podem provocar degenerescências a nível da articulação, as quais podem afetar de forma irremediável a qualidade de vida do cão.
Trata-se de uma doença hereditária, o que significa que pode ser transmitida à descendência. Na verdade, a Displasia do Cotovelo é uma entidade formada por um conjunto de quatro doenças: Não união do processo ancóneo, Osteocondrite dissecante, Fragmentação do processo coronóide e Incongruência do cotovelo, as quais podem coexistir ou não. Todas vão provocar anomalias ao longo do desenvolvimento do animal que se manifestam por uma má formação da articulação do cotovelo.
É uma doença que afeta sobretudo cães de raça média a gigante, como por exemplo granddanois, labrador retriver, golden retriver, pastor alemão e rottweiler, entre outras. Tratando-se de uma doença de desenvolvimento, os seus sintomas manifestam-se em animais jovens, ou seja, por volta dos seis aos dez meses de idade. O sintoma mais frequente traduz-se por uma coxeira ou “um andar anormal” ao nível dos membros anteriores, mas por vezes e em casos já acompanhados de artrose, o animal pode mesmo recusar-se ao exercício ou ter permanentemente um membro anterior não apoiado, uma vez que apresenta dores.
Esta doença carece de um diagnóstico precoce, pois só este vai evitar a evolução irreversível das alterações ao nível da articulação. Assim, e à semelhança do despiste precoce da displasia da anca, os cães que pertençam ao grupo de risco, devem realizar um diagnóstico precoce, através da realização de raios X a ambos os cotovelos, em várias posições, de forma a se diagnosticar e tratar da forma mais adequada.
É importante o diagnóstico precoce deste tipo de doença. Para tal aconselhamos a sua realização, à semelhança do diagnóstico da displasia da anca.