O que é a ecocardiografia?
O coração é um órgão muscular, que trabalha com contrações promovidas a partir de um impulso eléctrico. Este impulso percorre as células musculares cardíacas criando um fluxo de corrente elétrica.
Uma ecocardiografia é uma ecografia do coração, que permite obter uma imagem em movimento.
Para que uma ecocardiografia tenha um valor de diagnóstico correto, deve ser avaliada em conjunto com a história clínica do animal, exame físico e auscultação) e outros exames (ECG, radiografia ao tórax, medição da pressão arterial, etc.), e, portanto, não deve ser substituída pelas demais provas de diagnóstico.
É um exame muito útil no estudo do coração, dando informações importantes não só acerca da estrutura cardíaca, nomeadamente no que diz respeito às válvulas cardíacas, mas também acerca da função deste órgão.
Como é realizado o exame?
A ecocardiografia é um exame de simples execução e indolor. A sonda, que se assemelha a um microfone, é então deslocada sobre o peito do animal, sendo que previamente há que espalhar sobre ele um gel, cuja função é, para além de facilitar o deslizar da sonda, permitir uma melhor transmissão dos ultrassons.
Como resultado obtém-se uma imagem num ecrã, que muda quando se muda a posição da sonda sobre o peito, permitindo, assim, ver o coração de diferentes ângulos.
Nalguns casos são necessárias outras informações, pelo que se faz uma variação do exame, variação esta que pode incluir a realização de exercício enquanto a ecocardiografia é feita (ecocardiografia de esforço) ou a administração, antes da realização do exame, de um medicamento que aumente o débito cardíaco (ecocardiografia de “stress”).
Dispomos de modernas máquinas (bioquímica líquida e contador celular), semelhantes às existentes nos laboratórios de medicina humana que dão resultados fidedignos e credíveis.
Para além do serviço regular de Laboratório, possuímos ainda um laboratório de análises de urgências que nos permite, a qualquer hora da noite e por qualquer médico do hospital, obter os resultados “na hora”.
Hemograma
Através da contagem celular das diferentes linhas de células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas), podemos perceber se um animal se encontra perante uma infecção, se tem as células de defesa em baixo, se se encontra anémico ou com falta de plaquetas.
Análises bioquímicas sanguíneas
O funcionamento correto ou incorreto de certos órgãos pode e deve ser aferido através de análises bioquímicas.
Na imagem vê-se a execução de análises bioquímicas no laboratório de análises clínicas do GHVS.
Análise de urina
A análise da urina é um teste simples e rápido mas extremamente valioso. Pode até nos dar pistas sobre o funcionamento de outros sistemas que não apenas o sistema urinário. Permite também a detecção de problemas que existam a nível renal, da bexiga ou vias urinárias inferiores.
Por exemplo, se um animal tem “pedras” na bexiga, isso pode ocasionar a presença de cristais na urina que podem ser facilmente detectados e assim nos levar a uma suspeita clínica. As imagens abaixo exemplificam alguns dos achados mais comuns.
Cristais de oxolato de cálcio na urina
Forma pouco frequente e cristais de oxolato no cálcio
Cálculos de estreite retirados cirurgicamente
Cristais de estreite com uma celula do apitélio vesical e um leucócito
Exame fecal
Os problemas gastrointestinais são dos motivos mais frequentes de consulta no médico veterinário. Através da técnica de flutuação fecal podemos no GHVS descartar ou detectar a presença de parasitas nas fezes, que poderão causar problemas aos nossos animais de estimação.
Imagem de um ovo de Trichuris vulpis em fezes de cão
Imagem de vários oocistos Isospora spp (coccídeas)
Análises dermatológicas
A par dos distúrbios gastrointestinais, as patologias dermatológicas são também muito frequentes. Quando um animal apresenta lesões de pele, este pode sofrer de um processo infeccioso, parasitário, alérgico, tumoral, etc. As raspagens de pele, citologias, biópsias, ajudam a chegar a um diagnóstico. Todos estes procedimentos podem ser feitos no GHVS.
Ácaros Demodex spp numa rasparem de pele de cão
Imagem microscópica de um mastocotimoa, tumor que pode surgir como um pequeno nódulo de pele
Imagem de um ácaro (Otodectes cynotis) que por vezes habita nos condutos auditivos, causando uma otite parasitária
Medição de tempos de coagulação
É devido ao bom funcionamento de um conjunto de fatores que o organismo não está em constante hemorragia. No entanto, nalgumas situações pode ocorrer um desequilíbrio.
Seja por razões externas ou internas ao organismo, podemos através do nosso equipamento de coagulometria, precisar o que se encontra alterado e tratá-lo. Podemos também monitorizar a eficácia de um tratamento ou a recuperação de um animal.
Tipificação sanguínea:
Assim como os humanos, cães e gatos têm também diferentes tipos de sangue. Idealmente, tanto um doador como um receptor devem ter o sangue tipificado, para evitarmos desse modo reações de incompatibilidade no receptor. O GHVS dispõe de testes rápidos que permitem identificar tanto no cão como no gato o seu tipo de sangue.
Teste rápido in-house para tipificação de sangue de gato.
Sangue tipo A
Teste rápido in-house para tipificação de sangue de cão.
DEA 11 negativo
Citologia
A citologia é um exame complementar que é reconhecido como um importante instrumento de diagnóstico na prática clínica veterinária. A fácil execução, o fato de ser pouco invasiva e a rapidez de diagnóstico são algumas das suas principais vantagens.
Aplica-se praticamente a todo o tipo de amostras: lesões de pele, mucosas, nódulos, massas, quistos, úlceras, tratos fistulosos, fluídos (efusões pleurais ou abdominais, líquido cefalorraquidiano, urina, líquido sinovial, medula óssea), etc.
De qualquer modo, a citologia tem as suas limitações e por vezes tem que se recorrer à biópsia para obter um diagnóstico definitivo.
Exemplo de caso
A “Júnior” apresentou-se ao nosso hospital porque apresentava anorexia prolongada. A nossa suspeita foi de imediato um problema hepático e por isso efetuou-se uma citologia hepática. A imagem era sugestiva de uma lipidose hepática.
Foi posteriormente necessário fazer uma biópsia de fígado para se ter um diagnóstico mais preciso. Nestes casos, a citologia aspirativa não é muito sensível para diagnosticar a maioria dos processos, mas após biópsia fizémos uma citologia por aposição da amostra de tecido retirada.
Através desta amostra, enquanto esperávamos pelo resultado do laboratório externo, pudemos ter uma ideia do processo em curso, iniciando antecipadamente um novo tratamento. Após praticamente um mês de jejum, a “Júnior” começou a alimentar-se sozinha, não precisando mais de ser alimentada através de um tubo de alimentação.
Este foi um caso em que a citologia, em complemento com os outros procedimentos, deu uma ajuda valiosa na condução do caso clínico. A “Júnior” foi diagnosticada com uma colangiohepatite linfocítica.
Imagem da citologia por aposição, mostrando alguns hepatócitos e presença de células inflamatórias
Imagem em pormenor de 2 hepatócitos, o da direita apresentando degenerescência vacuolar não lipídica
Imagens da histopatologia onde se pode observar a presença de hepatócitos vacuolizados e infiltração pericanicular e periportal por células inflamatórias, especialmente linfócitos e eosinófilos.