Neste serviço informamos os proprietários de animais bebés quais os cuidados a ter, de forma a se evitarem doenças por vezes fatais.
As primeiras semanas de vida dos nossos animais representam a mais dura etapa da vida deles. São muito imaturos, precisam de algum tempo para adquirir meios de defesa e podem não aguentar as condições adversas do novo meio ambiente. Estima-se que em cada 10 cachorros/gatinhos que nasçam um não sobreviva.
A maioria das causas ainda não está bem explicada, podendo estar relacionadas com o período intrauterino (mãe doente, alimentação incorreta durante o parto, fármacos usados durante o parto), problemas durante o parto (parto atrasado, complicações uterinas, ninhadas numerosas) ou período pós-parto (amamentação inadequada, frio, patologias neonatais).
NEONATAIS
Calor
Os recém-nascidos não conseguem regular a temperatura corporal. A diferença de temperatura entre o útero materno e o ambiente exterior é significativa. Têm temperatura interna 3ºC mais baixa do que a observada às 5 semanas de vida. Quando hipotérmicos os movimentos tornam-se mais lentos e deixam de mamar, sendo a principal causa de morte nos recém-nascidos.
Importante manter a temperatura ambiente entre 28-30 graus.
Água
Um cachorro/gatinho recém-nascido é constituído por 80% de água. São mais sensíveis à desidratação porque a pele imatura não tema a camada córnea que impede a desidratação. Quando se colocam aquecedores na sala de parto o ar obrigatoriamente fica mais seco. O ideal será colocar humidificadores na divisão ou tachos com água.
Energia
A energia é fornecida pelo colostro e posteriormente pelo leite materno. Durante as primeiras 36h de vida é essencial que o recém-nascido beba o colostro (primeiro leite). O colostro é altamente proteico e fornece os anticorpos necessários para proteger contra as doenças.
Quando a mãe não produz leite (agalaxia) ou a produção de leite insuficiente, o que normalmente ocorre nas cesarianas antes do final do tempo de gestação, será necessário instituir suplementos ou substitutos do leite materno.
Pesagem
Depois de os identificar individualmente, como por exemplo atando fitas de diferentes cores ao pescoço, é extremamente importante proceder à pesagem após o nascimento. A perda ou o não ganho de peso nos dias seguintes é o principal indicador de doença nos cachorros e gatinhos. Quando estão a desidratar perdem peso. É normal perder algum peso nas primeiras 24h de vida, mas esta perda é facilmente recuperada. No controlo da hidratação o ideal é o peso 2 vezes por dia.
A pesagem diária também permite controlar se estão a mamar leite suficiente.
Parasitas intestinais
Alguns parasitas adaptam-se ao ciclo reprodutivo da cadela podendo contaminar o feto ao 42 dia de gestação. Durante a amamentação muito parasitas são passados da mãe para o recém-nascido. Perante esta situação é importante a progenitora estar corretamente desparasitada e desparasitar os cachorros e gatinhos ao 15 dia de vida juntamente com a mãe.
Desmame
Dependendo do tamanho da raça, o desmame ocorre num período mais ou menos delicado: nos cães de raças grandes ou gigantes ocorre numa fase de crescimento importante. Inversamente para as fêmeas, a fase de lactação é mais desgastante para as raças pequenas e médias. Às 4 semanas de idade, os cachorros seguem o comportamento alimentar da progenitora. Assim, é mais fácil começar o desmame da ninhada quando é fornecido o mesmo alimento à cadela e aos cachorros, pois estes vão ingeri-lo por imitação. Tem que ser uma ração bastante energética adequada às necessidades da mãe/filhotes.
Vacinação
As defesas passadas pela mãe desaparecem entre as 5 e as 7 semanas ficando suscetíveis aos agentes infeciosos que podem ser fatais. Quanto mais cedo iniciar o protocolo vacinal mais eficiente é a proteção contra as doenças como a parvo virose, a esgana, hepatite infecciosa e leptospirose.
Tal como os cachorros, os gatinhos também devem de ser consultados. Não se esqueça que as primeiras vacinas de um gatinho começam aos dois meses.

